Eymard Brandão é natural de Belo Horizonte onde trabalha e reside. Graduou-se em artes plásticas pela Escola Guignard (hoje integrada à Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG) em 1971, onde exerceu o cargo de Diretor, entre os anos de 2004 a 2008. Tem seu atelier na região de Nova Lima. O contato com a natureza desta região cria também diversos vínculos com trabalhos realizados por ele, em processos de ruptura e transformação. Sua trajetória é marcada por expressivas exposições individuais, coletivas e premiações.

Segundo a historiadora Marília Andrés, Eymard Brandão é um artista profundamente coerente com seu trabalho e sintonizado com a arte contemporânea. Criou uma poética pautada na pesquisa de materiais no seu fazer artístico e norteada pela ideia da desconstrução na linguagem visual. O curso de pós-graduação realizado na Índia, no início dos anos oitenta, direciona seu olhar para objetos ecológicos e urbanos, que guardam resíduos do passado e transformam-se em material integrado na construção de seus desenhos e pinturas. No processo de construir e destruir que marca sua poética, Eymard está discutindo as diversas possibilidades das linguagens plásticas e o próprio fazer artístico.

Eymard Brandão
O artista plástico Eymard Brandão

Sua experiência de pesquisador que conhece a significação do pensamento e da sensibilidade no processo de criação artística, desdobra-se no ensino da arte para os alunos da Escola Guignard, onde lecionou desde o início dos anos setenta, até o ano de 2015. Profundamente sintonizado com as transformações dessa escola, tornou-se extremamente consciente da importância do ensino, da pesquisa e da circulação da obra de arte na sociedade contemporânea.

A imagem fotográfica é um elemento novo que Eymard integra em seu trabalho atual. Às vezes é registro estético das interferências realizadas fora de seu atelier. Em outras estabelece uma relação entre a fotografia e a matéria usada na execução dos quadros, com o olhar focado na terra mineira que registra marca de tratores no solo, minérios de ferro, cortes em montanhas e resíduos da exploração siderúrgica onde, neste caso, revela ações ligadas a novos olhares para atuais questões no campo da sustentabilidade.

Belo Horizonte, 2015