Eymard Brandão – Uma poética do material

Por Vera Casa Nova, Doutora em Semiologia pela UFRJ

Detalhe de obra de Eymard Brandão

Sem título, os signos são mais permeáveis ao sentido.  Nenhuma anotação para guiar o espectador. Somente a tela furando os olhos, pois o material é duro. Criaturas vivas, os quadros liberam a cor que transforma o olhar. Tentação interpretativa. O artista não dá pistas. Sentir é o melhor a fazer. Tocar se possível, para ver.

Tocar o pó que virou matéria dura enrijecendo ou amolecendo o contato. Ao mesmo tempo, longe e perto. Imagens aderentes, palpáveis, para que a mão se emocione.