Por Joyce Brandão, Mestre em Comunicação Semiótica pela PUC – São Paulo
O Cinético na Memória da Paisagem de Eymard Brandão. Os materiais, pigmento, borracha e suporte, articulados na gestualidade do artista, indicam uma forma, uma matéria dinâmica e a partir dos modos como o desenho se impõe ao observador, instauram neste uma apreensão pelo sensível e fazem seu olhar reagir, “viver, percorrer e fazer a síntese” desse movimento. Do sentido latente que há na imagem, ressemantizando-a. O objeto desenho é pregnante, como sujeito avança na direção do observador e interroga este outro sujeito na sua dinâmica, no seu querer expandir e também na sua retenção, na moldura que retém esta dinâmica. Pois uma se faz com a outra, e o sentido nasce desta inter-relação.
Será que nesta espacialidade construída com planos e manchas, que colocam o observador diante de uma obra estruturada simetricamente, existe alguma paisagem a ser vista? Nesta estrutura plástica existe alguma figuratividade que recobre um tema? Voltando ao verbal do título de sua obra, seria a luz vivificações da memória aprisionada, uma metáfora do que se retém detendo?
“Sensação e imagem”. O cinetismo na “Memória da Paisagem” de E. Brandão dinamiza o da paisagem da memória.